Cartazes feitos com cinzas de florestas queimadas são usados na Marcha pelo Clima da COP em Belém: 'Do fogo ao protesto'
Marcha pelo Clima arrasta movimentos sociais pelas ruas de Belém
Cinzas de florestas atingidas por queimadas foram transformadas em pigmento para a produção de cartazes durante uma oficina realizada na Central da COP, no Instituto de Ciência e Arte da UFPA (ICA), localizado na Praça da República.
A atividade foi conduzida pelo "artivista" Mundano e integra a programação da conferência no Pará.
Na décima participação em conferências climáticas, o artivista Mundano explica que a proposta da oficina é ressignificar a destruição causada pelas queimadas ao transformar as cinzas em instrumentos de mobilização.
“Estamos usando cinzas das queimadas da Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica e convidando o público a construir algo positivo, uma mensagem que a gente possa sonhar para que se concretize na COP30. Do fogo ao protesto"
O "artivista" Mundano realizou uma oficina para mostrar com fazer arte com cinzas de florestas queimadas
Nicksson Melo/g1
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Na oficina, os participantes utilizam o pigmento natural para produzir cartazes que serão levados à Marcha Global pelo Clima, marcada para este sábado (16), em Belém.
A marcha, tradicional em conferências climáticas, volta a ganhar força após anos de restrições em países onde manifestações públicas eram limitadas.
“Graças a estarmos em um país democrático, a marcha vai acontecer. É uma marcha pacífica, plural, que reúne diversos povos e reivindicações, mas com foco no maior desafio que temos: a emergência climática”.
Participantes da oficina para a pintura de cartazes com cinzas de florestas queimadas
Nicksson Melo/g1
Segundo ele, a COP realizada no Pará tem elementos únicos que a diferenciam de outras edições.
“Tem uma presença muito maior de povos indígenas, a cultura está muito viva, e isso também faz parte do clima. Estamos conseguindo fazer coisas que não acontecem em outras COPs.
Entre os participantes está o vigilante Alex Nogueira, de 50 anos, que levou o filho Benjamim, de 4 anos, para participar da criação dos cartazes. Ele acredita que a vivência ajuda a formar uma geração mais consciente.
“A ideia é que a gente contribua para gritar um alerta para a floresta. É muito legal que o Benjamim, com a idade que tem, já participe disso. Na minha época eu não tinha acesso a essas informações".
Alex com o seu filho Benjamin com o cartaz feito com cinzas de florestas queimadas
Nicksson Melo/g1
Alex e a família voltaram a morar no Pará há sete meses, após viverem no Sul do Brasil. Para ele, a COP na cidade onde o filho está crescendo reforça a importância da educação ambiental desde cedo.
“A geração dele vai estar sendo preservada com essa consciência. Ele adora o verde, a natureza. Isso aqui faz parte da realidade dele”.
A ação também integra a exposição Cinzas da Floresta, instalada na Casa COP do Povo, que reúne cerca de 300 obras produzidas por artistas brasileiros e de mais de 20 países. As obras utilizam cinzas de queimadas para retratar os impactos da destruição dos biomas e reforçar a urgência do debate climático.
“É muito legal ver a arte junto com a ciência e os dados. Isso é o artivismo que a gente fala tanto”, conclui Mundano.
VÍDEOS com as principais notícias do ParáFONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/11/15/cartazes-feitos-com-cinzas-de-florestas-queimadas-sao-usados-na-marcha-pelo-clima-da-cop-em-belem-do-fogo-ao-protesto.ghtml