Com a COP 30, moda paraense ganha destaque entre turistas, artistas e autoridades em Belém
26/11/2025
(Foto: Reprodução) Com a COP 30, moda paraense ganha destaque entre turistas, artistas e autoridades em Belém
Divulgação
Durante a COP 30, realizada em Belém, a presença de turistas, delegações internacionais e personalidades destacou a produção de moda e artesanato do Pará.
Peças criadas por artistas e artesãos amazônicos, como ecobags, camisas, biojoias e itens com grafismos tradicionais, circularam pela cidade e atraíram atenção de visitantes de vários países.
Entre os itens procurados está a camisa “Rock Doido”, utilizada por Gaby Amarantos na divulgação de seu novo álbum, e camisas marajoaras, como as usadas por André Corrêa do Lago, presidente da COP 30, e pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que posou com a vestimenta ao lado de Macron, presidente da França na Cúpula de Líderes.
Presidente Lula posou com camisa com traços marajoaras
Ricardo Stuckert/ PR
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Camisas e camisetas
As camisas com estampas marajoaras foram produzidas pela empresária e estilista Val Valadares, do Ateliê Val Valadares. O espaço produziu diversas camisas, que foram procuradas por diplomatas, ministros de Estado e visitantes que passaram por Belém durante o evento.
Estilista paraense fala sobre uso de camisa com símbolos marajoaras por autoridades na COP
Val explica que as camisas são biodegradáveis e a produção envolve outras artesãs do Marajó, especialmente de Cachoeira do Arari e Soure.
“A peça sustentável é feita de um produto que, se você jogar no lixo, vai se degradar. Ela não vai poluir o meio ambiente. Ao descartar, ela se destrói totalmente", explica.
Camisas marajoaras do Ateliê Val Valadares ganham destaque
g1 Pará
Outro destaque foi a marca Pink Boto, criada pelo artista visual João Boto, natural do município de Tailândia, no nordeste do Pará. Ele desenvolveu uma linha de camisetas inspiradas em uniformes de futebol, com referências ao Guaraná, à bandeira do Pará, ao açaí e a outros elementos culturais paraenses.
Segundo João, a procura pelas camisetas foi grande pelos paraenses, que queriam uma forma de mostrar pertencimento.
Gaby Amarantos usando a camisa da Pink Boto
redes sociais / @pinkboto
"Muitas pessoas daqui do Norte que buscavam símbolos de identificação com o território, para mostrar que são daqui, e muitas pessoas de fora que viram nas peças uma forma de levar um pouco da nossa cultura para o seu vestir também", afirmou.
Biojoias e objetos de decoração com arte tradicional
A loja Casa Ikeuara, comandada por Nice Tupinambá, também foi procurada por visitantes durante a COP 30.
O espaço é considerado um grande acervo contemporâneo de arte indígena no Pará e reúne obras, artesanato e criações de mais de 80 povos da Amazônia, incluindo biojoias, cerâmicas, grafismos, roupas, objetos de decoração e arte tradicional.
De acordo com Nice, os itens mais procurados foram brincos e braceletes indígenas.
Braceletes e colares indígenas, muito procurados por visitantes durante a COP.
Casa Ikeuara
“As miçangas coloridas e de vários grafismos que remetem à natureza ou a animais foram bem procuradas, seja para a própria pessoa ou para levar de presente”, explica.
Ela afirmou que muitos compradores eram estrangeiros e que sabiam exatamente o que queriam da loja, mostrando que procuravam pesquisar sobre as artes.
“Eles já sabiam o que queriam e já vinham certos, inclusive com imagens da internet. Como temos uma diversidade enorme de pulseiras, eles acabavam tendo o pedido atendido no tamanho, cor e grafismo”, disse.
Tradição ribeirinha dos Abridores de Letras atrai visitantes
Arte dos Abridores de Letras ganha destaque na COP 30
Instituto Letras que Flutuam
O Instituto Letras que Flutuam, ligado à tradição dos Abridores de Letras, também registrou procura por seus produtos durante a conferência. A loja vendeu camisas, letras, agendas e ecobags, item esse que conquistou a ministra Marina Silva, vista usando uma com letras regionais.
Segundo a autora e pesquisadora Fernanda Martins, os produtos chamaram a atenção dos visitantes.
“As peças chamaram atenção pela força estética, pela história que carregam e pelo diálogo direto com os rios, as cores e os modos de vida ribeirinhos. As pessoas se encantam quando descobrem que essa escrita nasceu nos cascos dos barcos e continua viva nas comunidades”, afirmou.
A coleção reúne camisas, agendas, cadernetas, letras e impressos criados a partir dos saberes dos mestres artesãos do Pará.
“Cada peça traz traços, ornamentos e tipografias tradicionais pintadas há gerações nos cascos de embarcações amazônicas, transformando esse patrimônio ribeirinho em produtos contemporâneos que preservam sua essência e ampliam sua circulação”, explicou Fernanda.
Ela ressaltou que a iniciativa também fortalece o trabalho de quem a produz;
“São produtos que se tornam uma oportunidade para valorizar a cultura tradicional em prol do próprio detentor desse saber, que são os mestres ribeirinhos” explicou.
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