COP30: Artesanato ganha vitrine com iniciativas que fortalecem comunidades e a bioeconomia

  • 04/11/2025
(Foto: Reprodução)
Trançados das artesãs da Turiarte estarão presentes na COP30 em Belém-PA Theo/Divulgação Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, capital do Pará, entre 10 e 21 de novembro de 2025, o setor de artesanato brasileiro se prepara para ocupar um espaço central nas discussões sobre bioeconomia e sustentabilidade. Pela primeira vez, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas acontece na Amazônia, abrindo uma janela histórica para que comunidades artesãs apresentem ao mundo como seus saberes tradicionais, transmitidos entre gerações, são também tecnologias ancestrais que ressaltam a sustentabilidade ambiental, social e econômica. ✅ Clique aqui e siga o canal g1 Santarém e Região no WhatsApp Às margens do rio Arapiuns, em Santarém, no oeste do Pará, o ritmo do trançado mudou nos últimos meses. As artesãs da Cooperativa Turiarte, que há gerações produzem cestos, mandalas e um portfólio com cerca de 100 peças diferentes com a palha do tucumanzeiro, viram a demanda crescer cinco vezes. Hoje, a cooperativa atinge sua capacidade máxima de produção para atender aos pedidos que chegam de empresas e organizações voltadas à sustentabilidade, como a Fundação Toyota, a Natura e a WWF, que levará as peças para os Estados Unidos. “Só neste período, a nossa demanda cresceu de cerca de 200 para 1000 peças por mês, o que nos fez acionar 146 artesãos da cooperativa, além de criar um sistema duplo de controle de qualidade. Também estaremos presentes com oito artesãs e mais alguns representantes administrativos em diferentes ações do evento, como estandes e palestras, algo que com certeza poderá gerar novas oportunidades de negócios”, contou a presidente da cooperativa, Natalia Dias Viana. Josiane Masson fala sobre o artesanato na COP30 Fundada em 2015, a partir da união de 12 comunidades, a Turiarte integra a Rede Artesol, projeto da ONG Artesol que há mais de duas décadas atua na valorização do fazer artesanal como pilar da economia criativa e da preservação cultural no país. Hoje - tida como a maior plataforma de artesanato de raiz cultural do mundo, com 583 membros — a Rede desenvolve programas de capacitação em gestão, ferramentas digitais, formação em rede e fortalecimento produtivo que ajudam artesãos a se conectarem a novos mercados. “Quando falamos no termo bioeconomia, muitas vezes pensamos em algo novo. Mas o artesanato já nasce dela — é a economia que respeita o território, que mantém a floresta de pé, do manejo consciente, e que valoriza as relações humanas. O fazer artesanal é, por essência, uma tecnologia ancestral da sustentabilidade. A COP30 é um convite para o mundo olhar de perto para essa força tão presente em comunidades espalhadas por todo o país”, afirmou a presidente da Artesol, Sônia Quintela. Ela lembra que o artesanato carrega a sustentabilidade em todas as suas dimensões: ambiental, pela extração e manejo responsável das matérias-primas; social, por garantir autonomia e independência produtiva, sobretudo para mulheres; e financeira, por movimentar uma cadeia que gera renda para cerca de 8,5 milhões de brasileiros - um mercado estimado em cerca de R$ 100 bilhões por ano, de acordo com IBGE. A força das comunidades no artesanato será mostrada na COP30 Pedro Alcântara/Divulgação Formação digital e protagonismo local Além do trabalho em campo, através de projetos de inovação que integram design e artesanato, a Artesol tem investido em um processo contínuo de capacitação digital voltado para comunidades artesãs em todo o país. Segundo a diretora executiva da Artesol, Josiane Masson, essas ações buscam fortalecer o protagonismo local das próprias organizações, gerando renda e autonomia a partir de quem vive e atua nos territórios. “No nosso trabalho com a Rede, o protagonismo é sempre de quem é do local. Para nós, nada é mais importante do que ver as próprias organizações parceiras ganharem força e reconhecimento, com independência criativa, de gestão e dialogando com outras iniciativas do mesmo ecossistema. Queremos que elas mesmas se representem junto a outras organizações e que conduzam seus próprios processos de fortalecimento”, destacou. Designer Érico Godim no Laboratório de inovação da Rede Artesol Pedro Alcântara/Divulgação Uma das ferramentas criadas pela ONG é o Canal Artesol de Aprendizagem e Intercâmbio de Saberes - CAAIS, os artesãos têm acesso a aulas nas quais aprendem a usar ferramentas online, redes sociais e plataformas de venda para ampliar a visibilidade de seus produtos e gerar novas oportunidades de comercialização. “O objetivo é fortalecer a autonomia produtiva, e a presença digital das comunidades, conectando-as a consumidores e marcas comprometidas com práticas sustentáveis”, finalizou. A plataforma CAAIS está disponível para artesãos de todo o país neste link. Artesãos da Turiart são atendidos com formação no Laboratório de Inovação da Artesol Pedro Alcântara/Divulgação VÍDEOS: Mais vistos do g1 Santarém e Região

FONTE: https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2025/11/04/cop30-artesanato-ganha-vitrine-com-iniciativas-que-fortalecem-comunidades-e-a-bioeconomia.ghtml


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