Patrimônio histórico de Belém, Mercado de São Brás se torna 'point' de turistas na COP 30
Polo gastronômico no Mercado de São Brás atrai visitantes
Um dos locais reformados como parte do pacote de obras para a COP, o Mercado de São Brás se tornou um dos pontos turísticos mais frequentados por turistas estrangeiros e brasilerios durante a Conferência do Clima em Belém.
Erguido durante o ciclo da borracha na Amazônia, o prédio centenário reúne espaços gastronômicos e culturais, estacionamento subterrâneo e sistema de geração de energia limpa.
O turista chinês Andy Fan, que está em Belém participando da COP, afirma que gostou muito do Mercado, porque o espaço é totalmente diferente dos locais de sua cidade.
“É um lugar muito bom, tem muita comida aqui e podemos experimentar o que quisermos”, diz.
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Localizado no bairro de São Brás, o mercado teve reforma estimada em cerca de R$ 150 milhões. Um dos pontos mais movimentados do espaço é a área destinada aos 193 feirantes.
Patrimônio histórico de Belém se transforma em atração da COP 30 com modernização.
Thaís Neves/g1 Pará
George Dipace, 54 anos, servidor público municipal de Manaus, está em Belém pela primeira vez para a COP e disse que gostou tanto do local que já o visitou duas vezes para almoçar, apesar da distância de seu ponto de hospedagem.
“Saí de um ponto bem distante para vir almoçar aqui no mercado. Então é sinal que eu gostei. O atendimento do pessoal, das banquinhas, a rapidez com que sai o alimento. Eles fritam o peixe na hora, não demoram pra servir”, comentou.
A última parte do mercado foi entregue no dia 9 de outubro, com a inauguração do Polo Gastronômico, localizado na área central do complexo e voltado para restaurantes e quiosques.
O Polo Gastronômico oferece mais de 80 espaços comerciais, entre restaurantes, bares, lojas e serviços, distribuídos em dois pavilhões térreos, além de lojas no subsolo e mezaninos com vista panorâmica e terraços.
Carol Martins, proprietária de um dos setores de alimentação, diz que a movimentação do mercado se concentra principalmente no fim da tarde e à noite.
Área central do Mercado reúne várias opções de comidas e bebidas regionais.
Marcus Passos/g1 Pará
Segundo ela, o idioma não representa uma barreira significativa no atendimento a turistas estrangeiros, pois a equipe se adaptou para receber e satisfazer os visitantes.
“Acho que a COP está trazendo mais coisa boa do que ruim para a nossa cidade. É um presente para Belém”, diz a proprietária.
Com 114 anos de história, o Mercado de São Brás foi projetado pelo arquiteto italiano Filinto Santoro. O prédio mescla elementos arquitetônicos do art nouveau e do neoclássico, com detalhes escultóricos em ferro e azulejos decorativos.
Caroline Viana, 29 anos, e Ingrid Façanha, 18, destacam o aumento na demanda desde o início da COP. As funcionárias da Embratur atuam como pontos de informação turística durante o evento.
Belém ganha polo gastronômico com mais de 80 empreendimentos no Mercado de São Brás.
Bruno Cruz / Ag. Pará.
Funcionárias da Embratur como Caroline Viana e Ingrid Façanha atuam no Mercado de São Brás, em Belém.
Marcus Passos/g1 Pará
Segundo elas, o atendimento é bilíngue (português e inglês), e as principais dúvidas giram em torno da comida local e das imersões culturais, tanto de estrangeiros quanto de brasileiros.
“A gente consegue desenrolar muito bem a interação com os turistas. Acabamos conversando e conhecendo as pessoas, e o que eles mais perguntam é sobre a comida e as experiências culturais”, diz Ingrid Façanha.
Como foi a reforma do Mercado?
As obras no Mercado de São Brás demoraram mais de 2 anos para serem finalizadas, com três datas de entrega descumpridas: setembro e dezembro de 2024 e, a última, julho de 2025.
Dos R$ 150 milhões investidos no projeto, R$ 90 milhões são da Itaipu Binacional e R$ 60 milhões da prefeitura.
Assinado pelo arquiteto Aurélio Meira, o projeto de restauração do Mercado de São Brás incluiu um centro de convenções, restaurante panorâmico e terraço.
O patrimônio passou por uma grande reforma em 1988, com mudanças significativas nos seus aspectos espaciais e de uso.
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Mercado de São Brás, em Belém, no Pará.
Amarilis Marisa/ Agência Belém
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